Decisão histórica na Americanas anima brasileiros com a volta da varejista

Em uma assembleia geral extraordinária realizada na terça-feira passada, dia 21, os acionistas da Americanas votaram a favor de um novo aumento de capital para a empresa, no montante de até R$ 40,7 bilhões. Este movimento ocorre enquanto a empresa está em processo de recuperação judicial desde janeiro de 2023 e resultará na emissão de novas ações no mercado, destinadas a captar recursos para auxiliar na sua reestruturação.

Conforme registrado na ata do encontro, ficou definido um montante mínimo de R$ 12,3 bilhões para o incremento do capital social, mediante a emissão de, no mínimo, 9,4 bilhões de novas ações. Adicionalmente, foi autorizado um valor máximo de R$ 40,7 bilhões, permitindo a emissão de até 31,3 bilhões de ações, todas cotadas ao preço unitário de R$ 1,30.

Ações da Americanas

Na mesma reunião, os acionistas também aprovaram a consolidação das ações ordinárias da empresa, numa proporção de 100 para 1. Esse procedimento envolve a unificação de várias ações em uma só, com o objetivo potencial de valorizar as ações da empresa.

A empresa comunicou aos acionistas que a proposta de consolidação tinha como principal objetivo alinhar o preço das ações emitidas com o padrão de preço de outras empresas comparáveis à Americanas. Os efeitos da consolidação seriam implementados a partir de 17 de julho.

Análise de especialistas

Segundo Phil Soares, chefe de análise de ações da Órama, ouvido pelo portal UOL, a operação proporciona um alívio financeiro para as Americanas. Ele explica que, inicialmente, uma parte dos recursos levantados será utilizada para quitar dívidas, enquanto o restante será destinado ao aumento do capital da empresa.

Fabio Louzada, economista e fundador da “Eu me banco”, também entrevistado pelo mesmo veículo, enfatiza a vantagem para os investidores em relação ao grupamento de ações. No entanto, ele observa que isso não significa automaticamente uma valorização da empresa. Louzada aconselha os investidores a adotarem uma postura mais cautelosa em relação às ações, considerando que a dívida permanece elevada, assim como as despesas financeiras.

“Short squeeze” e dívida

O “short squeeze” é uma estratégia de empréstimo de ações em que um investidor solicita a posse temporária de ações de outro investidor, geralmente mediante uma taxa. Se o valor das ações emprestadas aumentar, o investidor as vende e registra um lucro, após deduzir a taxa de empréstimo.

Mais tarde, ele adquire novamente as ações a um preço inferior e as restitui ao dono inicial. Esse processo é responsável pelas oscilações de preço vistas nas ações. No entanto, considerando a incerteza sobre o futuro da empresa e do setor varejista, tanto Louzada quanto Soares sugerem prudência ao considerar a aquisição de ações das Americanas.

Veja também: Um ano depois do rombo de R$40 milhões, Americanas segue em crise; entenda

Enfrentando um passivo estimado em R$ 50 bilhões, a empresa está lidando com desafios financeiros substanciais, evidenciados por seu estado de recuperação judicial. Espera-se que o relatório financeiro anual de 2023 seja apresentado pela empresa na semana seguinte.

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